segunda-feira, 28 de julho de 2008

Poema

Escrevi esse poema há um tempo. Mas tamanha beleza, graciosidade e genialidade, me fizeram protelar um pouco a publicação. Chegou uma hora que não deu mais. Todo mundo pedia.
Escrevo, então.


Profuundo

Deu no que deu, deu no que desse.
E vai descendo.
E sobe.
E vai subindo.
Pra, no fim, não sair do lugar.


[O título do poema para quem não pegou - e não critico, pois é, de fato, muito peculiar -, passado ao inglês, seria "Deep" - profundo. E, se reparar bem, as primeiras letras de cada estrofe, se colocadas de forma horizontal e linear, formam "Deeep", ou seja, do inglês ao português, "Profuundo".]

Que dó.

domingo, 27 de julho de 2008

Maitê

Muita gente diz que ela é campineira. Mas não. Nasceu em São Paulo e passou a infância aqui, até ir estudar na França e viajar pelo mundo. O que deve ter sido chato.

Há uma semana, mais ou menos, ela veio pra Campinas falar sobre seu novo livro, "Uma vida inventada", em uma livraria da cidade.
Não pude ir, por um bom motivo. Mas queria.

Hoje, na Revista Metrópole, do Correio Popular, há uma entrevista com ela. Maitê Proença.
Sobre o livro, ela diz:
"Quero que as histórias contadas ali interessem as pessoas. Mais do que isso, gostaria que as tocassem de um jeito diferente. Fato por fato, melhor ler o jornal..."

Como aspirante a jornalista, acho excelente que se leiam jornal mesmo.

Por sinal, quem não tem a Metrópole, pode ler a entrevista na íntegra aqui.

sábado, 26 de julho de 2008

Crédito..

..esquecido e agora lembrado do post anterior.
Sonoplastia da peça: Kokol.
Acho que ela nem sabe que a indicação que me deu no orkut virou efeito sonoro no SOMA.
Também, o que isso muda na sua vida, Kokol?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Peça 2

Mais uma peça verídica.

CENÁRIO: inauguração de um restaurante aqui em Campinas, quinta-feira. (Para quem leu a outra peça, essas coisas acontecem sempre em inaugurações. Por quê? Não sei.)

PERSONAGENS: Lívia, Daniel, Marcelo e Marina.

CENA 1-nicá. (Entendeu? Não vou explicar): Depois de recusar o camarão oferecido DE GRAÇA pelo garçom e a mesa toda protestar, Daniel se levanta junto com os amigos para irem embora. Na saída, ele, Lívia, Marcelo e Marina, esperam a irmã de Lívia, para que elas possam ir embora juntas.

Marina: - Onde sua irmã tá mesmo?
Lívia: - Na Colombo.
Daniel: - Colomba?
Marina: - Colomba Pascal. Ou é Colomba "de Pascal"?
Marcelo: - Ela foi na DePaschoal?

FIM (clique aqui e depois clique no botão da tela que surgir para a sonoplastia)
Risos.

A pior parte é que é verdade. Não sei porque insisto nessas amizades.

(Crédito do post abaixo ao Daniel, que me comunicou o lançamento do livro de Mutarelli. Atenção para o gancho!)

Lançamento

Lourenço Mutarelli, o autor do "Cheiro do Ralo", lançou em São Paulo, nesta quarta, seu novo livro: "A arte de produzir efeito sem causa".

Não li, mas sei da história: "Depois de largar o emprego e a mulher por motivos que guardam uma infeliz coincidência, Júnior pede abrigo na casa do pai. Sem dinheiro nem perspectivas, seus dias se dividem entre o velho sofá da sala transformado em cama, o bar onde bebe com desocupados e as conversas com a jovem e atraente inquilina do pai, Bruna, que ambos espiam através de um furo no armário. A pasmaceira só é interrompida quando começam a chegar pelo correio pacotes anônimos com recortes de notícias velhas — uma delas sobre o episódio em que o escritor William Burroughs matou a mulher acidentalmente.".

Além de tudo, estou com preguiça. A resenha acima é apenas uma parte copiada do todo, que encontrei aqui.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Não-post

Se um dia eu fosse convidada do "Irritando Fernanda Young" e ela me perguntasse o que mais me irrita, eu diria 'pernilongos'.

Mas, além de pernilongos, uma coisa que muito me incomoda é a pasteurização. Aquela que colabora para encaixar tudo numa fórmula - dizem, de sucesso.
Não que eu seja diferente de tudo o que me rodeia, mas não quero ser igual, também. Por isso, não postei sobre a morte da Dercy. E não que isso faça alguma falta ao mundo, digo. Mas seria merecido, para ela, um humilde espaço no "soma".

Passo aqui, portanto, para dizer que continuarei sem postar sobre ela. Seria a mesma coisa que já foi lida, vista ou ouvida em qualquer outro lugar.

Mas como, ainda assim, ela é digna, dedico uma frase:

"É preciso ter tristeza. Tristeza não é ruim. Quase todo mundo só quer escutar musiquinhas alegres, ir dançar em lugares barulhentos, ficar falando o tempo inteiro. Porque eles têm medo da tristeza. Mas não é a tristeza que mata." (Do livro A Sombra das Vossas Asas, da Young)

Definitivamente.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Genética 2

E, hoje, no carro com a minha mãe, tive que ouvi-la elogiar "Cabocla".

-Mãe, qual a graça? É o reprise, do reprise, do reprise..
-Ai, Marina, "recordar é viver". Não é?

Viu?
O assunto morreu.
Mães têm esse direito. Ou dom. Não sei.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Genética

Hoje, saindo da casa da minha avó, ouvi ela dizer:
"Na novelinha vão descobrir quem surrou o Felício, porque ele vai contar pro Luís".

Fora o fato de que não tenho idéia se é isso mesmo que ouvi, fiquei pensando em como essa novela pode ser surpreendente pra minha vó.
"Cabocla".
Reprise do remake.
E ela, minha avó, assistiu a todas as versões.

-Como?
Pergunta a menina que assiste inúmeras vezes ao mesmo episódio de Friends.

Tal vó, tal neta.

domingo, 20 de julho de 2008

Trechos

Eu acho que disse mais de mil vezes que gosto de trechos. E de parafrasear trechos. Ou nunca disse, mas já postei alguns. E, hoje, vai outro.

Li nesse domingo um livro chamado "É...", do Millôr Fernandes. E "É..." é uma peça sobre relacionamentos, escrita para a Fernanda Montenegro.

Sorte.
Dele, para poder escrever a alguém como ela.
E dela, para ter um texto dele, escrito especialmente.


Sou legal e pesquisei preços pra você. Clique na capa do livro.

O livro me foi emprestado por um amigo, que enriqueceu minha cultura de férias, "somando" essa bela peça a alguns livros que peguei na biblioteca da faculdade.

Mas isso interessa zero.
Vamos ao que interessa tão nada quanto, mas pouco mais, talvez.

Ao falar sobre "família", um dos personagens reflete:
"Mas veja o paradoxo: como indivíduos podemos escolher as nossas relações entre pessoas de nossa preferência, do mesmo gosto, com os mesmos interesses, mesmo nível cultural e até faixa de idade. Na família é que somos obrigados a enfrentar as diferenças essenciais ao ser humano: um tio burro, uma irmã mesquinha, um cunhado bicha, um primo subversivo."

E não é verdade?

Tudo bem, ninguém precisa dessa minha consideração para achar o Millôr, ou os textos dele, geniais.
Pena.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Três não é demais

Saio em retiro espiritual hoje, para um lugar não tão Campinas, que já não é tão São Paulo. Mas deixo uma sugestão para os que ficam.

Na última sexta-feira, dia 11, fui assistir pela terceira vez à peça Confissões das Mulheres de 30, no Teatro Tim. Essa temporada, que vai até o dia 27, é a segunda desse ano em Campinas, já que a estréia nacional da peça foi aqui mesmo na cidade, em maio.

Na primeira vez, fui com minha mãe, que gostou muito. Eu também, aliás. Mas tendo ido outras duas vezes, acho desnecessário dizer isso.

O elenco é formado por três das quatro atrizes da série "Mothern", do canal pago GNT. Juliana Araripe, Camila Raffanti e Melissa Vettore apresentam as angústias, dúvidas e paixões das mulheres de 30 anos com muito humor. E a quarta atriz da série, Fernanda D'umbra, também faz parte do espetáculo, assinando a direção.


Nessas duas últimas vezes em que fui, aliás, falei com as atrizes. E está aí algo que gosto no teatro: não sei se incomoda, mas a proximidade entre criação, criador e público aumenta a relação que todos têm naquele momento em que estão no teatro. Saí de lá achando as três muito legais. E não sei se é porque "legal" é uma das palavras que mais uso, mas acho 'legal' achar 'legal' alguém que não conheço. Nesse caso, acho que tem a ver com admiração. Sei lá.

E esse post serve não apenas para sugerir a peça como um bom programa para as férias, mas também para justificar meu uso do "legal". Tá explicado?

Enfim, devo dizer que nas três vezes em que fui, vi coisas diferentes. Nessa última, então, muitas cenas novas. Os ingressos valeram!
Eu não sei escrever crítica, só sei dizer se gostei ou não e se achei bom ou não. Mas acho que isso já está dito.

E, ainda quanto à peça:
Confissões das Mulheres de 30, no Teatro Tim
Até 27 de julho
Horários: Sexta, às 21h; sábado, às 20h e às 22h; domingo, às 19h
Ingressos: R$ 30
Classificação etária: 14 anos

*Ah, e hoje é aniversário de Campinas. E do meu avô. Parabéns, Vô.

domingo, 13 de julho de 2008

Versão brasileira. E mais engraçada

A HBO tem planos para rodar uma sequência do filme "Sex and the City".
Mas passo aqui só pra dizer que deveriam dar uma olhada nesses três episódios feitos pela MTV, no programa "Quinta Categoria". As personagens de Dani Calabresa e Madame Mim tiram sarro do roteiro original do seriado. E é bom!
Eu, que esperava bem mais do filme, prefiro mil vezes esses três episódios:

Os sapatos do Ronaldo
Solteiras saem à caça
Se beber, não use saltos

Sei lá. Risos, né?

sábado, 12 de julho de 2008

Uma boa idéia

Essa postagem é a de número 51. E, para comemorar, uma péssima idéia. O texto não faz o menor sentido para aqueles que não estavam presentes na ocasião. Tampouco é um evento engraçado. Mas escrevo porque é uma amostra da qualidade de minhas amizades.

Portanto, as cortinas serão abertas. Ah, e não tem título.

Cenário: Inauguração de uma cafeteria em Campinas, aproximadamente 18h.

CENA 1:
Quatro meninas pegam café no balcão. Duas delas, Marina e Lívia, se apelidam de Gira e derivados. Uma dela se chama Nara. A outra se chama Laís. Nara pega seu café, mas a atendente escreve seu nome errado no copo. NALA, está escrito. Ela conta às amigas. Todas riem.

CENA 2:
As amigas procuram um lugar para se sentar e acham. Ocupam um sofá de quatro lugares. A mesa da frente, com duas poltronas é desocupada. Duas das meninas vão para lá. Assim, duas amigas ficam no sofá e duas nas poltronas. Começam a pensar que estão atrapalhando, já que muitas pessoas passam pela cafeteria procurando locais para se sentar.

CENA 3:
Marina tem uma idéia e comunica ao grupo.
Marina- Gente, finge que a gente não se conhece. Nos conhecemos agora e, por isso, estamos ocupando lugares diferentes, mas nos falando!
Lívia- É. Isso. Boa idéia.

CENA 4:
Elas começam a conversar como se não se conhecessem.
Marina- É Gira o seu nome?
Lívia- É. E o seu?
Marina- Giréia.
Lívia- Olha, que bonito. É a mesma "raíz".
Laís- Laís? É o meu nome.
Marina (perguntando para Nara) - E o seu?
Nara- É Nara.
Laís- Êr. É Nala. Tá no copo.

FIM

O público se levanta. Vai até a bilheteria pedir o dinheiro do ingresso de volta.

Vocês tinham que estar lá. Tinham que ter visto.
Mas, no fim, escrever um texto dizendo ao leitor que era melhor ele ter visto o que lê, é uma grande bobagem. E foi, ué.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A pedido

O senhor Motoyama, pai de uma querida amiga minha, pediu para que eu escrevesse sobre futebol. É fã do meu primo, ele. E ele, meu primo, é setorista do Guarani pela Band. André Aranha, se chama. E, bom, faz um bom trabalho pela família.

Mas devo dizer ao senhor Motoyama que não me sinto muito capacitada a falar de futebol. Ainda mais sobre o Guarani que, diga-se de passagem, empatou com o Madureira em 0X0 na estréia da série C do Campeonato Brasileiro. Mas, em tempos de empate entre São Paulo e Ipatinga, acho que é normal um resultado desse.
Amanhã o bugre enfrenta o Ituano fora de casa. Casa essa que, 'dizem', está à venda.

O problema é: o Guarani não precisa de estádio. Precisa de um ringue, porque só luta.
Contra o rebaixamento.
Ha-ha.

Tá vendo, senhor Motoyama? É esse o tipo de coisa que eu escrevo. Por isso não me arrisco no futebol. E, nesse assunto, as péssimas piadas terminam em brigas e tiroteio.
Mas podemos fazer um trato: escrevo um texto melhor assim que o Guarani me der um bom motivo. Pode ser?

Não sei se ficou claro. Mas prefiro a Ponte. Uh tererê.

domingo, 6 de julho de 2008

Ainda...

...na televisão, achei coisa muito estranha. Na verdade, acho que dei sorte ontem.

CENÁRIO: Programa da Daniela Cicarelli.
PERSONAGENS: Daniela Cicarelli e Jaqueline, do Big Brother. (Ou uma delas, de um deles. Sinceramente, não sei.)

CENA 1:
Daniela: - E você segue solteira?
Jaqueline: - Sigo, sigo solteira.
Daniela: - E quantas tatuagens você tem?

(Nessa eu não entendi qual foi a ligação.)

CENA 2: Mostra-se um vídeo da convidada ,quando criança, imitando a Angélica.
Daniela: - Mas essa Angélica tá muito morena.
Jaqueline: - É que eu ainda não tinha descobrido a água oxigenada.

(E nessa eu mudei de canal.)

sábado, 5 de julho de 2008

Hoje...

...passou um documentário no GNT chamado "O Sequestro de Ingrid Betancourt".
O filme todo usa como narração uma entrevista dada pela ex-candidata à presidência colombiana. As imagens são da campanha de Ingrid, de seu sofrimento quando refém das FARC e do igual sofrimento de sua família.
Posto aqui apenas uma frase, para arquivar e depois compor meu livro de aforismos junto a todas as outras que grifo ou anoto:

"Entrar no sistema significa ser corrupto, para eles [políticos] ", disse ela, sobre a situação política da Colômbia.

O famoso sistema. Parece óbvio. Mas eu pensaria a respeito. E pensaria no Brasil.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Nada a ver comigo, mas...

...agora em São Paulo os caminhões estão proibidos de andar no centro expandido entre às 5h e 21h. Ou seja, pra quem mora nessa área, as entregas só chegarão de madrugada.

Eu não tenho nada com isso, mas fico pensando se acontecesse aqui, porque eu não gostaria de ter que receber entregadores às 2 horas da manhã. Primeiro porque não tenho humor quando estou com sono. Segundo porque, Brasil, é perigoso. E principalmente por isso.
Mas, de acordo com um tenente que deu entrevista esses dias na TV, o horário em que mais se registra ocorrências nas entregas é entre 8h e 12h. Acho que há uma pausa para o almoço, porque as ocorrências retornam, das 13h às 18h. Verdade.
Ou seja, segundo ele, as entregas acontecerão entre os horários que não têm tanto problema.

Mas o real problema é que até então nunca entregaram nada nesses horários "madrugosos" e, por isso, nunca se ocorreu nada neles.
As ocorrências acontecem na hora em que as entregas também acontecem.
Sei lá, eu penso assim.

terça-feira, 1 de julho de 2008

"Uma longa queda"

Eu disse pro Fábio que tinha 60 reais de bônus pra descontar na Saraiva e pedi sugestões. Ele me recomendou um livro que estava lendo: Alta Fidelidade, de Nick Hornby. Como estou um pouco cansada de histórias de casais, resolvi manter meia dica do Fábio.

Fiquei com o autor, troquei o título. Escolhi "Uma longa queda" e, para completar o desconto, "Nunca subestime uma mulherzinha", da Fernanda Takai. Depois de ter lido o da Takai - muito bom, diga-se de passagem - comecei o de Hornby. E acabei ontem. Devo ter levado umas duas semanas, mas o que importa aqui não é a rapidez, e sim a história, ué.

Ela, aliás, é muito boa. Na véspera de ano novo, o apresentador de TV inglês Martin Short resolve cometer suicídio pulando do alto do Topper's House. Mas ele não é o único que tem essa idéia: a mãe solteira Maureen, o entregador de pizzas JJ e a adolescente rebelde Jess também querem fazer daquele dia o último de suas vidas e naquele mesmo lugar. Os quatro, então, constroem uma relação baseada na mesma esperança que têm: nenhuma, mas cada um a seu modo.

A história é contada pelos depoimentos de todos os personagens, que se intercalam com subtítulos. Eu achei que fosse ser confuso, mas me enganei. Existem ganchos, para a felicidade do capitão (ai, não é a primeira vez que falo isso e que não é engraçado). E vai fluindo.



Pra variar, eu fiz grifos durante a leitura. Não sei muito bem porque faço isso, mas na hora em que venho postar, eles me permitem destacar alguma parte que achei interessante. Como essa:
"Se o preço que você tem que pagar por um pecado é tão alto que você acaba querendo se matar e acaba cometendo um pecado ainda maior, então Alguém errou nos cálculos. Alguém está superfaturando".
Esse é um desabafo de Maureen, que, católica, reflete sobre sua vida pensando na religião.

E ainda existem muitas outras frases que, pensando bem, não fariam sentido fora do contexto.

Humor negro, ironia e sarcasmo. De todos, muito. E muito bem explorados.

Eu, pra variar, recomendo. E empresto, se quiserem. Mas o livro vem com meus grifos pertinentes!

Ao Fábio, digo que foi uma ótima aquisição. Gracias!