Com o objetivo de tentar engrenar o meu desempenho somático semanal, começo com um pequeno post do que deve vir a ser uma série sobre coisas que (na minha humilde opinião) todos deveriam saber.
Começo com o caso de Mumia Abu-Jamal.
No dia 9 de dezembro de 1981, Wesley Cook, mais conhecido por Mumia Abu-Jamal, um ex integrante dos Panteras Negras foi preso na Filadelfia sob a acusação de assassinar Daniel Faulkner, um policial que estava espancando seu irmão, William Cook. No ano seguinte, Mumia foi condenado à morte. Aí entram os problemas do caso.
1- Logo no início do julgamento, a acusação alegou que Mumia confessou o assassinato na cama do hospital, enquanto se recuparava de um tiro levado pelo policial morto. FALHA - O policial que fazia a guarda de Mumia no hospita, Gary Wakshul. alegou que "o negro nada declarou". Quando foi procurado para depor, o departamento de polícia declarou que Wakshul estava de férias. O juiz não permitiu esperar o retorno do policial. Mais tarde foi divulgado que Wakshul estaria em casa durante todo o processo.
2- Testemunhas que acusaram Mumia durante o processo mais tarde declararam que foram ameaçadas de divesas formas. Ao denunciar as ameaças recebidas durante o julgamento, uma testemunha foi imediatamente presa.
3 - O juiz que participou do processo no momento em que a pena de morte foi dada, teria declarado publicamente aversão a Mumia e é considerado o juiz que mais condenou prisioneiros à pena capital na história do estado da Pensilvania.
4- Como jornalista, Abu-Jamal, antes de ser preso, denunciou diversos casos de violência policial contra minorias e negros nos EUA, o que teria gerado diversos inimigos no meio policial.
Hoje Mumia Abu-Jamal vive em uma cela de 2 X 3 metros 22 horas por dia e é considerado um símbolo na luta contra a pena de morte no mundo todo e principalmente nos Estados Unidos, o país mais tecnologicamente avançado do mundo e que ao mesmo tempo em que tem uma das maiores correntes anti-aborto do planeta, aplica uma das mais antigas formas de punição da história, que nada mais é do que uma variação da Lei de Talião.
Estas são apenas algumas informações, e mostram apenas o lado de Abu-Jamal (sim, eu admito). Divulgo aqui algumas páginas relacionadas ao assunto e abordando ambos os lados. Informe-se um pouco sobre o caso e forme sua própria opinião.
http://www.freemumia.org (página de militantes a favor da libertação de Mumia, com artigos, informação sobre o acusado e até dicas de como ajudar)
http://www.danielfaulkner.com/ (site em memória de Daniel Faulkner ( o policial assassinado) que apoia a condenação de Abu-Jamal. A página conta com a biografia do policial, informações sobre o julgamento, artigos entre outros)
A editora Conrad publicou o livro Ao Vivo do Corredor da Morte, de Mumia Abu-Jamal em que o jornalista conta sua história. No momento o livro esta esgotado, infelizmente.
* Rodrigo Levy ainda acha que matar alguém por haver matado alguém (isso quando matou) é um tostines da igorância.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Série coisas que todos deveriam saber
escrito por Levy em 18:04
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3 comentários:
Que me perdoe usar aqui o espaço somático para a mensagem, mas me foi preciso vir aqui para dizer que li o livro. E gostei. Muito. Imensamente. Mente, associo. Brincadeiras deixadas ao lado, creio ter gostado ainda mais que "O Cheiro do Ralo". E olha que já tinha adorado...
Quanto ao assunto da postagem (que, diga-se, foi muito bem posto em linhas), digo não muito por ora. Enrolo, feito múmia, com o perdão do trocadilho.
Na segunda, dou-lhe de volta o livro. Sem maiores arranhões e amassos - nem com o livro, nem com você - prometo.
Abs.
Daniel
hmmmm, achei que o filme o retorno da múmia fosse ficção.
Rodrigo, a guy full of surprises... Valeu por me apresentar mais uma das inúmeras ironias da raça humana.
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