segunda-feira, 25 de junho de 2007

Lições de Michael Moore

Sexta-feira estréia nos Estados Unidos o novo documentário de Michael Moore: Sicko. O filme trata do sistema de saúde estadunidense e o diretor visita países como França, Canadá e Cuba para fazer comparações e mostrá-las ao público.

E você não entendeu errado: Michael Moore foi mesmo buscar o exemplo em Cuba, a grande pedra no sapato dos EUA. Por isso, aliás, sua inimizade com o governo Bush voltou à tona – ou à mídia.

E os EUA podem aprender com cuba. Quem diria?

Na terra de Fidel Castro, os medicamentos são quase de graça e estão ao alcance de todos os cubanos, apesar da falta de tantas outras coisas. Enquanto isso, nos Estados Unidos o governo trabalha com um sistema burocrático para o atendimento da população.

Com uma ferramenta poderosa na mão, Michael Moore conseguiu, na última eleição presidencial dos EUA, causar impacto nos eleitores e no mundo todo, apontando pontos negativos e fazendo denúncias ao candidato George Bush.

Quem vê seus filmes, posta sua opinião em um dos dois lados: a manipulação do cineasta em cima dos espectadores, ou seu grande feito em desafiar graves questões nacionais sem solução aparente.

Não cabe aqui discutir a fama de manipulador de Moore e a ‘verdade’ de seus documentários. O que importa é a escolha feita pelo diretor: mostrar problemas reais, mesmo que contados de forma distorcida, que afetam – ou podem afetar – qualquer cidadão estadunidense.

E o que o Brasil pode aprender com isso? A cultura e a sociedade estão intimamente ligadas e, por mais que isso seja de conhecimento público, o uso do cinema, da TV e da literatura no País não parece estar de acordo com as reais necessidades da população, ou, pelo menos, se apresenta aquém de seu potencial.

Para permanecer no contexto:

O cinema no Brasil é caro se relacionado à renda da população. Carteirinhas falsificadas são feitas em busca de um preço mais acessível, que sobe devido a tanta meia-entrada. Um círculo vicioso que deixa o espectador brasileiro cada vez mais distante das telas e, por conseqüência, sem enriquecer sua percepção social do Brasil ou do mundo.

E não há como analisar a sociedade assistindo apenas a "Homem Aranha 3" - que por sinal não recomendo de forma alguma - ou "Piratas do Caribe". É preciso completar o entretenimento através de um cinema como alternativa para a busca do retrato social, contrabalanceando a enxurrada de blockbusters. Pelo menos até aparecer um Michael Moore brasileiro, que una o útil ao agradável.


*Marina Aranha gosta muito de documentários. Mas ela aguarda ansiosamente "A Volta do Todo Poderoso". Não pergunte o motivo!

3 comentários:

Anônimo disse...

Prefiro deixar de lado a parte do Manipulador-Moore e focalizar no lado negro do governo e da vida do Sr Bush.
Sistema de saúdo inferior a Cuba? quem diria, sr Estados Unidos.

Daniel Serrano disse...

Qual o motivo de você aguardar ansiosamente "A Volta do Todo Poderoso"?

Levy disse...

Bom...
Ter um sistema de saúde inferior ao Cubano não é nada vergonhoso! Os hermanitos barbados tem lá seus defeitos mas ninguém pode reclamar do social!
Aliás, se é tão ruim assim, pq será que o tio sam proibe que os gringuitchos conheçam o terror cubano? SHAME ON YOU!!!
Ambos os lados tem seus defeitos, mas os defeitos americanos são muito mais divertidos de se apontar! GOD HATES AMERICA... e outros contos!
Soma q soma...