terça-feira, 5 de agosto de 2008

Vergonha, quadrinhos e vergonha nos quadrinhos

Nem vou comentar a vergonha que senti ao vir somar um nada alguns meses depois de minha última passagem por estas virtualidades e me deparar com semanas de belos posts da profunda (pra quem, ao contrário deste que se envergonha, acompanhou as divagações da garota Soma) e profissional Marina Aranha. Mas já comentei. Passemos então para a adição de minha soma quase subtrativa de tão pequenina e fracolina.
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A nona arte não é conhecida por histórias em quadrinhos sem razão. São histórias contadas em quadros pequenos que, como as pinturas do MOMA ou do Louvre, entre outros bastiões da fina arte mundial (cof cof), vão de péssimos a obras primas. E já há tempos o lado mais positivo das HQs tem conquistado o respeitável público. A biografia em quadrinhos Maus, de Art Spiegelman, que retrata a experiência do pai do autor, um judeu polonês, tendo que sobreviver ao holocausto, ganhou um prêmio Pulitzer especial, já que este tipo de premiação é sério demais para contar com uma categoria que englobe uma forma de expressão tão... cômica, valendo-se de uma tradução livre do inglês. O que dá prazer não é levado a sério, não rende cadeiras na ABL, para a sorte de alguns lobos e coelhos (seria assim a expressão?).

Temos outros milhares de exemplos de excelentes quadrinhistas como Quino com sua filosófica Mafalda, Joe Sacco com um Oriente Médio muito mais vivo e verdadeiro do que o dos jornais, Will Eisner que virou nome de prêmio do segmento. Por terras tupiniquins, temos Laerte, Marcatti, Lourenço Mutarelli etc etc etc.......
E, algumas semanas atrás, dois gêmeos brasileiros na estrada há um bom tempo e um estreiante gaúcho que acaba de lançar sua primeira HQ individual ganharam o prêmio Eisner (do Will citado acima) pela primeira vez na história dos quadrinhistas do Brasil. Trata-se dos irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon (que ganharam 3 prêmios no total) e de Rafael Grampá. Mas o curioso não é só o ineditismo da premiação para brasileiros. Nem o baque de a primeira ver ser uma trinca. O que é realmente curioso é que todos estes prêmios foram para obras lançadas em inglês lá na terra de Obama.

Pra variar, tiveram que começar longe pra chegar perto da gente. Pra falar a verdade, provavelmente continuarão desconhecidos por aqui enquanto não desenharem mangás ou Turma da Mônica Jovem (vocês viram?).

Termino dando uma dica de quadrinhos também gringos e gratuitos pela WWW. Se você se vira nos 30 com o inglês vá CORRENDO dar uma olhada na ótima série Next-Door Neighbor da revista virtual SMITH, que merece ser percorrido de cabo a rabo por sinal. A série conta com história de Harvey Peakar, que criou o incrível American Splendor, fonte do filme homônimo (Anti-Herói Americano por aqui).
Alguém chegou até aqui? Se chegou, é possível que se lembre de eu ter dito que o post seria pequenino. Não é que eu seja mentiroso, sou incapaz de escrever (ou falar pouco), o que é uma pena. Como diria alguém muito mais sábio que eu: "Desculpe a longa carta, escreveria outra, menor, se tivesse mais tempo."

ps: agora o Soma tem pelo menos um leitor internacional... este post é em sua homenagem, JP.


3 comentários:

Unknown disse...

Chego ao soma e dou de cara com um post gigantesco. "Viva, Maranha com posts quilometricos! mas que raro". Chego ao título e a surpresa é ainda maior, nosso amante da "nona arte" está de volta, e tagarela (o que é um elogio, diga-se de passagem).
Não sou amante de quadrinhas mas gosto de ler sobre o universo. E tenho que dizer que essa trinca verde amarela na premiação me deixou feliz. Uma pena é os autores terem que tentar a sorte fora do país para depois voltar já com um nome, mas o que importa é que agora a chance de reconhecimento nesse meio é maior já que o premio está aí para abrir portas.

Não se sinta acanhado se vc acha suas somas aqui no blog muito extensas. Sinta-se acanhado sim por ter nos abandonado por longas semanas!

Abraços!

marina aranha disse...

Gente, vou abandonar o soma.
Escrevo milhares de textos que, somados e multiplicados entre si não dão nada perto de um que um co-laborador escreve.
Mas isso é bom. É como jogar futebol, ou qualquer outra coisa: sempre melhora quando alguém melhor do que vc está no seu time.
Sempre poste! No meu timê!
Um beijo

Unknown disse...

Um ano após a ficha cair:
Valeu por dedicar o post a minha pessoa!! alegre fico com tal feito! =]
Vou fazer estampar o endereço do blog em uma camiseta e andar com ele por aqui para fazer propaganda, que tal? =]