quarta-feira, 21 de maio de 2008

Café com pão, café com pão..

Nem sei mais se consigo escrever. Se sei escrever. Pode até ser que eu incomode quem lê, tamanha desordem entre meu texto e as palavras. Mas deixei de me importar com isso há um bom tempo. E não quero que seja uma obrigação passar aqui - só porque disse que passaria. Quero que seja porque quero.
O problema é que não tenho assuntos interessantes a dizer, mesmo que queira dizer alguma coisa.
E quando digo dizer, digo escrever. Porque os ouvintes lerão. E assim sempre foi.

Dia desses o José Arbex deu uma palestra na Jornada de Jornalismo da PUC-Campinas - e se você é do interior, como eu, releia essa primeira frase em voz alta. O auditório estava lotado e o editor da Caros Amigos falou muito. E bem. Muito bem. Desde o nascimento da imprensa até o 'caso Isabella'.
Mas uma das coisas que me chamou a atenção - correndo o risco de ser considerada desatenta e superficial - foi uma frase dita em certo contexto que não lembro - porque sou desatenta e superficial: "mesmo um relógio parado está certo duas vezes por dia".

Meu sonho, de verdade, é pegar um tema como esse, uma frase boba, e transformá-la num post interessantíssimo sobre o assunto. Mas acho que todos nós sabemos que isso não vai acontecer. E não preciso enganar ninguém.

De qualquer forma, "mesmo um relógio parado está certo duas vezes por dia".

Essa frase, apesar da banalidade aparente, carrega uma carga sócio-economico-cultural - e, principalmente espiritual - muito forte.
Até porque não é a primeira frase-pensamento relacionada a um relógio: 'nem relógio trabalha de graça', por exemplo, é outra sentença muito utilizada.

E se, com afinco, pararmos para pensar, podemos ligá-las. Um relógio pode estar parado porque não quis trabalhar de graça, deixou de receber, pediu demissão ou mesmo foi dispensado.
Sendo assim, no fundo da gaveta, em cima da cômoda ou até na parede o tic-tac pode cessar. E vai. Mas jamais sumirá o compromisso do aparelho com a hora certa.

Vai depender da hora em que você olhar pra ele, parado, pra saber que horas são. E aí a culpa vai ser sua, que não teve sorte e competência suficientes para olhá-lo na hora certa.
Porque..ah, o relógio? Vai culpar o relógio?
Ele sempre marca a hora.
Agora, você?
Você quase nunca olha.

E aí percebemos como a Terra gira em função do relógio e não vice-versa. Porque se vice-versarmos já não vai ter graça, será óbvio e o texto perderá a razão - que, pudera, nunca existiu mesmo.

Só concluo pensando em como é fácil fazer com que a culpa caia sobre o ser humano. Sempre.

Falando nisso..Já reparou o tempo que você perdeu lendo esse texto?

Texto esse que, aliás, não tem relação alguma com o título.

4 comentários:

Anônimo disse...

oiii

marina aranha disse...

ôpa!

Levy disse...

Palavras
Palavras e relógios parados
Relógios e palavras paradas

Passei e parei e ganhei ao ler sobre eventos e ponteiros e sobre tempo, títulos e conexões e... e quem disse que o texto deve se relacionar com o título?
O título gera e flui, e quando flui bem.. bem, então o título que morra de inveja de sua prole...
Mas o título pode vir depois e Deixar o texto aos seus pés!
Mas cada coisa tem seu lugar e tempo... e o tempo... O tempo é um Deus que come seus filhos ( em homenagem a alguém de quem tanto gostas, Maranha)

O Soma voltou do coma?

Unknown disse...

Como em um banquete de café com pão, a volta do Soma matou minha fome por um post novo. Obrigado por voltar.