terça-feira, 14 de agosto de 2007

O lixo voador

Com um dia de atraso, me perdoem os assíduos, passo aqui para postar algo estritamente jornalístico.
Buscamos, como profissionais da área, alguns atributos, os quais atribuímos ao evento, para que ele se torne, de fato, digno de publicação, sendo eles: ineditismo, atualidade e originalidade.

Pois bem, classificarei o evento antes de relatá-lo e julguem como melhor acharem.
.Ineditismo: com a ampla pesquisa que fiz, revirando arquivos desde o ano de 1851 do 'The New York Times', não encontrei nada parecido.
.Atualidade: devido ao dia dos pais e ocupadíssima vida pessoal, não pude publicar antes. E não devo satisfações, acredito, dado que o evento ocorreu na sexta feira última.
.Originalidade: é um acontecimento original e pronto. Não há o que discutir.

E vamo-nos a ele!

Conversava eu com alguns colegas - os quais não lembro por isso não cito - à espera de aula no prédio administrativo da PUC Campinas. Tenho certeza que estavam comigo, pelo menos, os membros somáticos desse blog, Fábio Bonillo e Rodrigo Levy. Com o frio e a ventania, o lixo, que estava a 2,38 metros em nossa frente, tombou-se, ficando em uma ingrata posição, com a parte traseira - também conhecida como o fundo do sanito (?) - a leste, ou seja, de onde a pequena brisa de 176,57 km/h se originava.

Tamanha pressão fez com que o próprio sanito que se encontrava dentro do suporte metálico (vide imagem esclarecedora) fosse virado ao avesso, tendo todo seu conteúdo espalhado pelo chão.

Foto tirada pela que vos escreve três dias após o ataque: rotina volta ao normal em frente a sala 06.

No momento em que a sacola estava por um fio - e digo isso em sentido quase literal, apenas quaaase -, Fábio nos presenteia: "Parece um biruta".

Sim, parecia, Fábio.

E poderíamos até ter ficado com a definição do senhor Bonillo, não fosse a agressividade da natureza, mandando o 'sanitão' embora também. "Pobre faxineiro", pensei, "não basta lutar contra todos os que jogam lixo no chão, mas vai 'tê que batê' de frente com o próprio vento, que, ironicamente, é invisível". E sim, eu penso como eu falo.

Deixando o compromisso público de lado, Rodrigo e eu tivemos a oportunidade de pular sobre a sacola e dar umas risadinhas no meio de tanta desgraça.

Expresso aqui, porém, mais uma insatisfação com a faculdade. Não fossem as hastes metálicas e sim uma boa estrutura plástica como a que vemos em churrascos, nada disso teria acontecido. É sério. Mesmo.

E viva o jornalismo como serviço de utilidade pública!

*Marina Aranha gostaria de repartir igualmente em '33,3dízima%' o crédito de tão bela matéria com seus 'co-laboradores' do blog. Não haveria, sem eles, tanto brilho, emoção, graciosidade e tantos outros adjetivos fofos no acontecimento. Isso é para o caso de algum prêmio Herzog, ou Esso. Vai saber..

3 comentários:

Levy disse...

Fico deveras contento por ver que esta tragédia foi finalmente retratada na mídia brasileira. Ainda mais contente fiquei pelo fato haver sido abordado por uma das maiores jornalistas deste planeta que por sorte esteve presente no ataque do lixo-monstro! Ainda tremo quando vejo um sanito correndo por aí....

Anônimo disse...

É com tamanha satisfação e com aquele sorrisão na face que cheguei às últimas linhas da matéria. Um prêmio Herzog certamente seria justo para tal imagem, mas tenho que confessar que seria realmente facinante se, ao invéz de uma humilde foto, fosse um vídeo amador com qualidade de celular barato registrando o momento exato em que o pobre lixo (lixo pobre?), no melhor estilo transformers de ser, acaba virando uma biruta e, segundos após, tendo seu sanito desprendido da estrutura de metálica seguido de um vôo razante pelos pés das assustadas testemunhas.

Pois é, o lixo-transformer que terminou seus dias como uma biruta voadora.

Como eu amo esses dias ventosos nos prédios PUC-nescos. Mais ainda quando tais acontecimentos são levados à mídia da forma mais fiel possível.

Anônimo disse...

estrutura metálica, diga-se de passagem.