quarta-feira, 20 de junho de 2007

Eu por mim (e versaouvice)

Observação inicial: Prometo que os próximos posts serão menores e mais interessantes (o que não é difícil).

Correndo o risco de soar egocêntrico e na lanterna absoluta em relação aos outros colaboradores deste blog, começo o último post inaugural falando sobre mim.

Por que diabos alguém deveria ler sobre mim? É a primeira pergunta que vem à cabeça do leitor (e à minha também). A resposta é simples. Não existe razão alguma. Mas como estarei publicando nesta panela de pressão algumas dezenas de linhas todas as quartas feiras (a princípio), imagino que seja interessante saber de onde sai tanta babozeira. E também deixarei (se conseguir) o post linc(ou k)ado à minha assinatura dos posts que seguirão.

Observações: As informações não estão em ordem de importância, novas informações serão deletadas e novas informações acrescentadas na medida em que eu me transformar em outras pessoas. Se você considerar as informações estúpidas demais, pule direto para o item 12 em que estão as informações clássicas (nome, idade, gostos e desgostos).

Comecemos:

1 ) Começo declarando algo que jamais revelei a ninguém! Desconfio que fui: A) Abduzido por alienígenas que fizeram experiências de extrema crueldade comigo ou B)Derrubado do berço e possivelmente atropelado por um trator de terraplenagem (e não terraplAnagem eu burrinho escrevi antes) quando tinha cerca de 5 anos (a mesma idade em ambas as opções). As fotos comprovam que eu era um galã mirim até mais ou menos essa faixa etária. Deveras belo. Para haver me tornado o que sou hoje, algo muito grave aconteceu.

2) Chorei vendo Lilo & Stitch.

3) Tenho obsessões de longo e (em maior número) curto prazo. Listo aqui algumas: sou viciado em livros! Não é um vício saudável como pode parecer e que fariam as mães soltarem lágrimas de alegria ao esbravejar: MEU FILHO VAI SER DOTÔ! Em primeiro lugar porque não vou ser dotô (e minha mãe bem sabe que não). Em segundo lugar porque compro livros em um ritmo sobre-humano e eles estão tomando conta da casa. Ana Karenina já se suicidou em todos os cômodos de minha residência, Humbert Humbert vez por outra tenta me arrumar alguma Lolita, Marseult me deprime um pouco enquanto se protege do sol e Kant me convence das coisas mais malucas ao passear com sua pontualidade marcante por meu criado mudo. Também sou obcecado por idiomas. Já dediquei algumas horas (pelo menos) de minha vida estudando cerca de 10 idiomas e tenho conhecimentos aceitáveis em apenas 3 (contando o português) o que comprova a ineficácia produtiva de minhas obsessões.

4) Sou obcecado também por uma coisa maluca que achei que merecia um tópico a parte. A frase “Tá chovendo aí?”. Todas as linhas que eu escrevo berram implorando por tais palavras. Acredito que isso tenha alguma relação com a abdução, caso você acredite na alternativa A do tópico 1 e para tal possibilidade tenho a seguinte teoria: fui levado para um lugar com chuvas torrenciais (possivelmente ácidas) o que, somado às torturas que foram praticadas em mim, causaram um trauma eterno.

5) Desconfio de qualquer autoridade. Acredito no lema de Thoreau "O melhor governo é aquele que menos governa (...) e quando estivermos preparados para isso, serei a favor de um governo que não governa". E sou a favor da pena de morte apenas para quem é a favor da pena de morte. Que fique claro que isso não quer dizer que acho que quem é a favor da pena de morte deve morrer, mas apenas que se alguém que é a favor da pena de morte cometer um crime que condiz com seus ideais deve morrer feliz, não? (obs: o word me informou que em uma frase deste tópico usei “que” 4 vezes)

6) No quesito liberdade (DEEEEZ... não pude evitar essa piadela de escola de samba – péssima por sinal) sigo Voltaire em sua declaração clássica "posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las." Acredito que somos capazes de conviver com idéias diferentes e até contrárias às nossas, mas também acredito que seja nossa obrigação (por “nossa” me refiro a qualquer pessoa que tenha um computador para ler esse post e que saiba ler realmente) lutar pela possibilidade de que todos tenham a capacidade de discordar, para que todos tenham subsídios para formar sua própria opinião. Que autoridade tem a legitimidade de decidir a que tipo de informação podemos ter acesso ou não?

7) Não tenho nenhuma idéia original. Na verdade, não acredito em idéias originais. Portanto se (o que eu duvido) algum dia você encontrar em um post meu alguma frase que considere interessante tome as seguintes medidas: A) Procure no Google. Esta maravilha já me salvou inúmeras vezes da ilusão de haver criado algo original. B) Consulte no (ou seria na?) Wikipedia o tema de que eu estiver tratando no post. C) Se não descobriu que eu copiei a informação de alguma das alternativas anteriores eu provavelmente ouvi algo parecido na rua. Não que eu seja um copião patológico; pelo contrário. Sou obcecado (pra variar) por criar algo original e bastante fracassado nesta empreitada. Mas em compensação acredito que todas as grandes obras consideradas originais (o que deve virar um post mais pra frente) são cópias originais. Portanto, se você não caça com um tacape, é extremamente peludo e pinta suas presas presas em cavernas, eu vou ter sérias dificuldades em acreditar que você realmente CRIOU algo. O que não faz com que existam lindas cópias extremamente diferentes de todas as outras. O verdadeiro artista é aquele que copia com classe, que se copia na cópia deixando uma marca pessoal.

8) Sou muito amargo, rancoroso e tenho um sentimento de culpa eterno. Mas concordo com Albert Camus quando indica que ser humano é também ser culpado e deslocado no absurdo da existência (Camus deve virar post em 1 ou 2 semanas).

9) Meu pensamento não é linear e costumo criar parênteses eternos durante uma linha de raciocínio, o que às vezes me confunde, então imagino o que não cause a terceiros. Portanto, peço desculpas pela minha falta de clareza.

10) Entro em contradição constantemente. Citando Paulo Francis, outro grande plagiário, "Apenas os idiotas não se contradizem" (aviso que esta frase, em especial, tem tudo para ser um plágio descarado já que Francis tinha a mania de citar frases de autores consagrados dando a entender que eram suas).

11) Sou vegetariano “radical” (no sentido de: relativo à raiz, firme) não no sentido de cortar a língua de quem come carne. (vegetarianismo com certeza vai virar post, mas acalme-se caro degustador de picanha, não sou vegetariano chato, quase todos os meus amigos são “carnívoros”, inclusive os outros colaboradores do blog, que comem carne com prazer).

12) Agora a apresentação clássica: Meu nome é Rodrigo Cesar Levy [what´s in a name? Grande Harvey Pekar (e muitos outros autores que trataram sobre o tema)] tenho 22 anos e curso jornalismo após haver abandonado publicidade no 4º semestre e em 2009 pretendo (na verdade espero) estar cursando filosofia. Sou apaixonado por livros, quadrinhos, música e cinema. Gosto de cheiro de livros (novos e velhos), de gasolina, tinta, esmalte, removedor de tinta e vários químicos perigosos. Gosto de paçoca e de conversas produtivas. Gosto que discordem de mim e de qualquer coisa. Gosto de discordar mesmo quando concordo (faço isso até comigo pra provar a consistência da opinião). Gosto de esquentar as meias em dias frios e depois colocar no pé. HMMM. Gosto de descobrir uma idéia, filme ou música nova e/ou inovadora. Gosto de ficar pensando no filme depois de sair do cinema. Gosto de ver as luzes da cidade de um lugar bem alto e escuro. Não gosto de sol na cara enquanto dirijo (principalmente). Não gosto de livros de auto-ajuda, de fazer compras e nem de cortar cebola. Odeio: quando cortam fila, dão luz na estrada e eu estou no limite da velocidade, propaganda de perfume e o fato do(s) Los Hermanos ter(em) “dado um tempo”, e principalmente por terem feito isso sem fazer um show em Campinas.

Rodrigo C. Levy

Deixo uma dica final para os loucos que me acompanharam nesta jornada improdutiva: ouçam - Al Di Meola, Paco de Lucia, John Mclaughlin - The guitar trio - apresentação (que me acompanhou na produção deste texto) em que os três violonistas tiram lágrimas até do Chuck Norris (perdão pela blasfêmia). – Para não fazer apologia à pirataria, garanto que o álbum NÃO está disponível na comunidade do espanhol Paco de Lucia no orkut.

6 comentários:

marina aranha disse...

eu diria que valeu a pena esperar pelo post do levy.
uma apresentação como poucas, através da qual eu mesma descobri peculiaridades do querido amigo!
tenho certeza que as quartas-feiras serão muito aguardadas pelo mundo agora!!

vamos que vamos, levyzets!
parabéns pela estréia! haha
beijoo

Daniel Serrano disse...

Gosto dos parênteses (e dos parentes meus) e d'Los Hermanos (e dos Engenheiros). Bom o post - li inteiro, inclusive. :)

Anônimo disse...

HIp Hip hurra! Acabo de comprovar que meu amigo não é um mentirosão como ele jurou não ser hoje pela manhã. E como amiga Marina disse, fui apresentado a pequenos detalhes grandiosos que ajudam a compreender melhor esse ser Levyano, seja pela mania de esquentar as meias ou pelos tiques que constantemente aparecem ou partem por um breve tempo indeterminado.
Fico no aguardo pela próxima quarta... Ou melhor, para não comenter injustiça aos outros somandos: constantemente no aguardo do próximo post, que significa um dia a menos do próximo post ------ *relendo para ver que não fez sentido*

Apesar do post ser pequeno, deixo aqui meu abraço, pessoa que tem grandes chances de ter sido abduzida por ETs.

Anônimo disse...

Oi, Rodrigo Levy, prazer em conhecê-lo pela segunda vez! Com certeza esses esclarecimentos prestados aos leitores do blog são imprescindíveis para a compreensão da maravilhosa pessoa que você é. Aliás, nem mesmo eu (que ocupo grande parcela da sua vida hahhaha)sabia de algumas de suas peculiridades.
Virei aqui mais vezes, tenho absoluta convicção.

Beijos

ps. eu também adooooro uns parenteses, viu?

Anônimo disse...

fico feliz de saber que tenho a minha volta uma pessoa tão rancorosa, azeda e imprestável como eu. ranhetice e monomanias e megalomanias compartilhadas, isso sim é que é amizade

nacim elias disse...

eu curto o levy
é um cara legal, cheio de idéias legais, ele vivi dentro da legalidade.

ele é estranho.
deve ser por isso que eu me dou bem com ele.

engraçado como a descrição dele mesmo é correta.
Nos últimos meses convivi constantemente com tal figura.
Sofremos e sorrimos juntos.
um grande amigo.
cheio de manias.